Arcano A Roda da Fortuna
- Lucelia Oshiro

- 10 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de out. de 2024

Sem rodeios ou enrolação, sou a Roda da Fortuna:
a roda dos altos e baixos, os ciclos da natureza.
Sou como o circo que se faz e desfaz
a cada temporada;
embora no mesmo lugar,
sempre surpreendente.
A vida é um fio, não uma linha reta;
eu sou o carretel, e também um carrossel:
uma brincadeira de dar voltas no mesmo lugar,
um faz-de-conta de mudar sem se movimentar.
Pareço roda gigante ou pião ou ciranda,
mas não sou brinquedo nem estou de brincadeira,
sou quando você deixou de ser criança
mas precisa entrar na dança.
Sou a fenda no tempo, o portal da mudança,
o inesperado brincando de esconde-esconde.
Sou o imprevisível que interrompe a certeza,
o disruptivo que cutuca verdades feitas.
Comigo não há mesmice, nada se repete.
Sou o relógio cósmico com senso de humor:
faço tudo mudar ao meu redor.
Sou a Roda da Fortuna,
o equilíbrio entre Sol, Ascendente e Lua,
o ponto chave da engrenagem, o ponto da virada.
Minha fortuna não é o dinheiro, é o fortuito:
o que escapa do controle, a válvula de escape da rotina.
As pessoas querem as mudanças que elas querem.
Então, eu venho de surpresa... e dou um susto nelas!
(assim, meio sem querer, sorrateira, sem aviso prévio)
Em mim, o que estava em cima fica embaixo: proponho um novo aprendizado!
Sempre ouço as pessoas desejando galgar os degraus do sucesso.
Mas, na verdade, a Roda da Vida não é sobre voar e subir ao céu,
mas sobre pousar no destino e deixar que o céu se faça na terra.
Sou a roda que faz girar o seu propósito:
Prosperidade é Propósito em movimento!
Eu sou a roda do Tempo, a reviravolta, e volta e meia vamos dar!
Ciranda ou mandala, faço a energia circular!
Cada um é engenheiro do seu tempo, arquiteto da própria roda.
Mas, algumas rodas ficam quadradas, então empacam;
outras, triangulares, encalham.
- A roda que você construiu está, de fato, redonda?
Sou a Roda do Agora, espiral que eleva e transforma;
sou a Roda da Sorte, o olho que vê a solução do drama no centro da trama.
Sou o momento do desembaraço, em que você encontra o fio da meada
e se põe a tecer seu tapete vermelho, à medida em que caminha sobre ele.
Eu, a Roda da Fortuna, apareço bem quando você não quer! Mas é só para te ensinar:
Que mudar de rota não é derrota; e mesmo que tudo vire, uma hora desvira.
Há um eixo que não deixa a roda rolar. Esse é o ponto de poder:
no centro está você!






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