Arcano O Julgamento
- Lucelia Oshiro
- 2 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de out. de 2024

Eu sou a anunciação, o chamado ressoante,
o som forte das trombetas acordando os despertos.
Venho chamar os preparados, os que já fizeram as malas
- muitos de prontidão para a transição planetária.
Mas, calma, ninguém será esquecido, não há exclusão ou banimento;
a mudança não é extraterrestre, é um limiar de consciência.
Não sou o apocalipse, nem o juízo final. Sou o fim do prejuízo, o fim do adiamento,
o que tinha que ser pago já foi cobrado: sou a lei do retorno aplicada.
Sou o Julgamento, o guardião do portal, de olhos abertos às portas que você fechou.
Já é hora de sair da mortificação, soltar karmas e amarras de estimação,
jogar fora pesos que te enterram e venenos que sufocam.
Pactos e acordos não-cumpridos, já estão curtos e não te prendem mais.
Eu, o Julgamento, sou a ex-pressão do compromisso:
uma pressão que já não é mais, uma não-pressão, a liberação.
Não tenho nomes na lista, nem mesmo tenho lista de preferidos ou preteridos.
Todos são bem-vindos, o chamado é para todos – mas, você aceita?
Não sou o perdão ou a absolvição.
Olhe para seu autojulgamento. O juiz rigoroso não é Deus, é você!
Deus não te perdoa porque não te castiga. Você é quem se condena sem defensoria.
Eu te vejo na defensiva, desconfiado do céu ser bom demais para você.
Só aceita e vai. O convite é vitalício: não requer traje à rigor,
nem traje certo, nem rigor demasiado;
não é festa nem encontro, é retorno para a casa!
A casca não importa, sinta-se confortável de corpo e alma.
Eu sou o momento de intervenção divina, a mudança de dimensão.
Eu sou o soar da sirene, o alarme do fim do recreio:
hora de voltar à aula para aprender um pouco mais.
Sou o tempo tão esperado mas, que quando chega, poucos acreditam.
Sou seu lado iluminado que ascende à outra realidade.
Não uma vida nova, e sim, a mesma vida, a linha contínua de uma narrativa evoluída.
Eu, o Julgamento, sou o momento em que a vida te convida a um salto na Matrix;
mas essa parte da jornada se parece com uma escada:
não é elevador, são degraus em espiral.
Como um turbilhão de purificação você sobe,
embora pareça estar no mesmo lugar:
a evolução não é para cima, é para dentro.
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