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Acano O Imperador

Atualizado: 29 de out. de 2024

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Eu, Imperador, decreto vitórias infinitas. E assim é.

 

Eu sou a ordem, o controle, o provento e a proteção.

Sou a paternidade, a governança, o olhar sério, a mão firme em prontidão.

 

Eu sou a potência da expansão, horizontes além da visão;

sou líder de mim mesmo, não espero, vou e faço.

 

O que eu não sei, eu aprendo. O que eu já sei, me edifica e se multiplica.

Afinal, estabilidade não é estagnação, e conforto é diferente de acomodação.

 

Também sou calmo e estratégico; mesmo parado, vou além.

Como no jogo de xadrez, inteligência é estar dois passos à frente.

 

Sou o senhor das minhas posses, não tenho medo de perder;

o que é meu de direito vai permanecer; o que me pertence, vai chegar.

- O que eu busco está me buscando também.

 

Dizem que sou grande, mas ninguém cresce sozinho.

Meu crescimento é constante, e nos bastidores há bons amigos.

Quanto aos desafetos, os mantenho por perto!

 

Ainda que eu seja pai de muitos, sei que cada um tem sua história:

ajudo quem posso, mas não sufoco – deixo livre a trajetória.

 

Sim, tenho riqueza, mas não cabe a mim resolver o problema alheio:

interferir na vida do outro é ferir sua dignidade;

extirpar o problema é abortar a semente da evolução.

 

Cada desafio é degrau ascendente. 

E, das pedras em que tropeço, não faço castelo ou calçamento, faço pontes.

Muros separam, caminhos vão longe. Pontes trazem para perto.

 

Eu, Imperador, sou a concretude e o concreto – a vida real, com rigor e afeto.

Eu sou o momento em que a vida te faz perceber

que o seu lugar não depende de um cargo ou certificado.

O seu lugar de poder é onde você se coloca – e onde você se coloca, aí se torna palco.

 

Se a sua liberdade te foi dada, ela não é realmente sua.

Se sua posição foi uma nomeação, é só um nome, foi apenas emprestado.

 

Lembre-se: você não é o trono ou a cadeira que ocupa.

Não faça do manto a sua pele: a capa não define o livro.

Orgulhe-se de suas vestes, mas não confunda honra com arrogância.

A maior conquista é a sua soberania! E isso é um desafio.

 

Às vezes, nas batalhas diárias, as grades estão disfarçadas,

a armadura se torna armadilha, e você se faz prisioneiro

do tempo que nunca passa, ou que passa rápido demais.

Quando seu castelo for destruído, cetro e coroa dissolvidos, quem você será, afinal?

 
 
 

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Onde Nasce o Futuro, por Lucélia Oshiro

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