Arcano O Louco
- Lucelia Oshiro

- 19 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de out. de 2024

Quando você não sabe o que fazer, basta percorrer o caminho.
Não precisa saber para onde vai: você vai para onde está indo.
Eu mesmo, estou apenas andando, e ao andar, sinto o ar se deslocar.
Meu corpo em movimento movimenta o mundo.
Sou o andarilho, vou andando, vou passando, e a vida é a minha passarela:
A vida passa por mim, e eu passo por ela.
Não penso no passado, tampouco no futuro;
não me ocupo com o tempo, o tempo é que me ocupa.
Preenchem-me tantas possibilidades:
possibilidade é ter posse sobre suas habilidades.
Eu sou o “zero”, o recipiente vazio, o receptáculo a ser fecundado.
Não me preocupo com quem está olhando, não tento impressionar.
A única impressão que deixo são pegadas leves que, em breve,
a grama irá camuflar.
Deixo a impressão de insensatez, talvez...
Mas, para quê tanta pressão?
A vida é pouca: para quê pressa,
para quê tanta bagagem?
Minha leveza é vista como irresponsabilidade,
mas meu compromisso é com a beleza da brevidade:
olhar as coisas de sempre como nunca,
olhar como se fosse a primeira e última vez.
Sem roteiro nem figurino, vou no improviso
cantando e dançando, desenho o caminho.
Não gosto de estradas prontas, prefiro criar histórias
e não há limites: meu sorriso abre todas as portas!
Não sou ingênuo, sei que há perigos,
mas, assim como há riscos, também há amigos.
Do alto da colina contemplo o abismo
– não tenho medo de cair, pois minha alma sabe voar!
Estou em busca de algo que não sei quê,
mas saberei quando encontrar;
todo encontro é página em branco
e toda página tem frente e verso, então, é poesia!
Eu sou o Louco, o Bobo, aquele que as pessoas julgam sem conhecer;
sou desajustado, não me encaixo e por isso tenho facilidade
de estar em vários lugares ao mesmo tempo:
minha vida é um ciclo, um círculo, um circo - hahaha
E, rindo, sem mais nem menos,
Sou... meio que... um tapa na cara da sociedade:
o inusitado, o fora do convencional,
o despadronizado, pós-normal.
Sou como a geração mais nova que ninguém compreende,
e que nem ela mesma se entende;
sou o indefinido, o pré-conceito, o que precede o rótulo e o crachá;
sou a história que ainda não há.
Eu, o Louco, sou você quando se cansa da mesmice
e se permite ser criança um pouco.
Nessa idade, tentar de novo? Parece piada, insano, ridículo!
Mas o que te bloqueia e impede, eu sei:
não é tanto o medo do desconhecido,
ou o medo de errar, mas sim,
o medo de passar vergonha... não é mesmo?
- O que os outros vão falar quando você falhar?
Estou aqui para te falar que poucas pessoas falham,
porque a maioria desiste.
E nada nunca vai ser perfeito,
porque você também não é... hahaha
Ora, não se leve tão a sério! Pegue mais leve!
Eu, o Louco, venho te lembrar
que a vida, por mais louca que seja, é coisa séria, sim,
mas pode ser divertida.
Pois, a melhor travessia é aquela que te atravessa
sem ponto certo de chegada,
e a tal ponto que chega
a fazer cócegas na alma!
Não espere o fim para se alegrar.
Ser feliz não é “no fim”; ser feliz é “o fim”:
- A felicidade é durante!






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