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Arcano O Louco

Atualizado: 29 de out. de 2024

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Quando você não sabe o que fazer, basta percorrer o caminho.

Não precisa saber para onde vai: você vai para onde está indo.

 

Eu mesmo, estou apenas andando, e ao andar, sinto o ar se deslocar.

Meu corpo em movimento movimenta o mundo.

 

Sou o andarilho, vou andando, vou passando, e a vida é a minha passarela:

A vida passa por mim, e eu passo por ela.

 

Não penso no passado, tampouco no futuro;

não me ocupo com o tempo, o tempo é que me ocupa.

Preenchem-me tantas possibilidades:

possibilidade é ter posse sobre suas habilidades.

 

Eu sou o “zero”, o recipiente vazio, o receptáculo a ser fecundado.

Não me preocupo com quem está olhando, não tento impressionar.

A única impressão que deixo são pegadas leves que, em breve,

a grama irá camuflar.

 

Deixo a impressão de insensatez, talvez...

Mas, para quê tanta pressão?

A vida é pouca: para quê pressa,

para quê tanta bagagem?

 

Minha leveza é vista como irresponsabilidade,

mas meu compromisso é com a beleza da brevidade:

olhar as coisas de sempre como nunca,

olhar como se fosse a primeira e última vez.

 

Sem roteiro nem figurino, vou no improviso

cantando e dançando, desenho o caminho.

Não gosto de estradas prontas, prefiro criar histórias

e não há limites: meu sorriso abre todas as portas!

 

Não sou ingênuo, sei que há perigos,

mas, assim como há riscos, também há amigos.

Do alto da colina contemplo o abismo

– não tenho medo de cair, pois minha alma sabe voar!

 

Estou em busca de algo que não sei quê,

mas saberei quando encontrar;

todo encontro é página em branco

e toda página tem frente e verso, então, é poesia!

 

Eu sou o Louco, o Bobo, aquele que as pessoas julgam sem conhecer;

sou desajustado, não me encaixo e por isso tenho facilidade

de estar em vários lugares ao mesmo tempo:

minha vida é um ciclo, um círculo, um circo - hahaha

 

E, rindo, sem mais nem menos,

Sou... meio que... um tapa na cara da sociedade:

o inusitado, o fora do convencional,

o despadronizado, pós-normal.

 

Sou como a geração mais nova que ninguém compreende,

e que nem ela mesma se entende;

sou o indefinido, o pré-conceito, o que precede o rótulo e o crachá;

sou a história que ainda não há.

 

Eu, o Louco, sou você quando se cansa da mesmice

e se permite ser criança um pouco.

Nessa idade, tentar de novo? Parece piada, insano, ridículo!

Mas o que te bloqueia e impede, eu sei:

não é tanto o medo do desconhecido,

ou o medo de errar, mas sim,

o medo de passar vergonha... não é mesmo?

- O que os outros vão falar quando você falhar?

 

Estou aqui para te falar que poucas pessoas falham,

porque a maioria desiste.

E nada nunca vai ser perfeito,

porque você também não é... hahaha

Ora, não se leve tão a sério! Pegue mais leve!  

Eu, o Louco, venho te lembrar

que a vida, por mais louca que seja, é coisa séria, sim,

mas pode ser divertida.

Pois, a melhor travessia é aquela que te atravessa

sem ponto certo de chegada,

e a tal ponto que chega

a fazer cócegas na alma!

 

Não espere o fim para se alegrar.

Ser feliz não é “no fim”; ser feliz é “o fim”:

- A felicidade é durante!

 
 
 

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Onde Nasce o Futuro, por Lucélia Oshiro

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