- Lucelia Oshiro
- 19 de jan. de 2024
- 3 min de leitura

Quando você não sabe o que fazer, basta percorrer o caminho.
Não precisa saber para onde vai: você vai para onde está indo.
Eu mesmo, estou apenas andando, e ao andar, sinto o ar se deslocar.
Meu corpo em movimento movimenta o mundo.
Sou o andarilho, vou andando, vou passando, e a vida é a minha passarela:
A vida passa por mim, e eu passo por ela.
Não penso no passado, tampouco no futuro;
não me ocupo com o tempo, o tempo é que me ocupa.
Preenchem-me tantas possibilidades:
possibilidade é ter posse sobre suas habilidades.
Eu sou o “zero”, o recipiente vazio, o receptáculo a ser fecundado.
Não me preocupo com quem está olhando, não tento impressionar.
A única impressão que deixo são pegadas leves que, em breve,
a grama irá camuflar.
Deixo a impressão de insensatez, talvez...
Mas, para quê tanta pressão?
A vida é pouca: para quê pressa,
para quê tanta bagagem?
Minha leveza é vista como irresponsabilidade,
mas meu compromisso é com a beleza da brevidade:
olhar as coisas de sempre como nunca,
olhar como se fosse a primeira e última vez.
Sem roteiro nem figurino, vou no improviso
cantando e dançando, desenho o caminho.
Não gosto de estradas prontas, prefiro criar histórias
e não há limites: meu sorriso abre todas as portas!
Não sou ingênuo, sei que há perigos,
mas, assim como há riscos, também há amigos.
Do alto da colina contemplo o abismo
– não tenho medo de cair, pois minha alma sabe voar!
Estou em busca de algo que não sei quê,
mas saberei quando encontrar;
todo encontro é página em branco
e toda página tem frente e verso, então, é poesia!
Eu sou o Louco, o Bobo, aquele que as pessoas julgam sem conhecer;
sou desajustado, não me encaixo e por isso tenho facilidade
de estar em vários lugares ao mesmo tempo:
minha vida é um ciclo, um círculo, um circo - hahaha
E, rindo, sem mais nem menos,
Sou... meio que... um tapa na cara da sociedade:
o inusitado, o fora do convencional,
o despadronizado, pós-normal.
Sou como a geração mais nova que ninguém compreende,
e que nem ela mesma se entende;
sou o indefinido, o pré-conceito, o que precede o rótulo e o crachá;
sou a história que ainda não há.
Eu, o Louco, sou você quando se cansa da mesmice
e se permite ser criança um pouco.
Nessa idade, tentar de novo? Parece piada, insano, ridículo!
Mas o que te bloqueia e impede, eu sei:
não é tanto o medo do desconhecido,
ou o medo de errar, mas sim,
o medo de passar vergonha... não é mesmo?
- O que os outros vão falar quando você falhar?
Estou aqui para te falar que poucas pessoas falham,
porque a maioria desiste.
E nada nunca vai ser perfeito,
porque você também não é... hahaha
Ora, não se leve tão a sério! Pegue mais leve!
Eu, o Louco, venho te lembrar
que a vida, por mais louca que seja, é coisa séria, sim,
mas pode ser divertida.
Pois, a melhor travessia é aquela que te atravessa
sem ponto certo de chegada,
e a tal ponto que chega
a fazer cócegas na alma!
Não espere o fim para se alegrar.
Ser feliz não é “no fim”; ser feliz é “o fim”:
- A felicidade é durante!
- Lucelia Oshiro
- 22 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Toda história de amor
tem um final feliz.
Há quem diga:
se acabou não era amor
se teve fim, não foi feliz.
Eu acredito:
que em toda felicidade há amor
que toda história tem um final
que todo amor se transforma
e todo final tem uma história.
- Lucélia Oshiro
- 21 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Pés a subir degraus invisíveis em espiral, escada infinita mesmo lugar, outra dimensão mesma direção, outro sentido. Passos descalços, silenciosos dançam, e a alma alegre cantante confiante, carrega novos sonhos antes delírio, agora certeza. Atrás, não há rastros ou pegadas nada de pó, resquício ou remorso só há um jeito de ir em frente: enfrentando o medo de mim mesma. Leve, levo comigo lembranças de um ciclo vivido intensamente rotas traçadas, planos desfeitos, agridoces erros e acertos. Às cegas, sem saber o porvir pés certeiros pisam degraus sentem o futuro latejante seguem o coração flamejante.


