- Lucélia Oshiro
- 8 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Fazemos planos mas esquecemos
que a vida é tridimensional. Engavetamos sonhos mas esquecemos que eles são feitos para voar. Reverenciamos tanto nossos pais que esquecemos
que somos parte deles — não eles.
Ouvimos tanto os outros que esquecemos... - qual era mesmo o som da minha voz?
Esperamos o sucesso chegar mas esquecemos
que sucesso é processo
Esperamos o amor chegar mas esquecemos
que amor é conquista
Esperamos o momento ideal mas esquecemos
que a vida é real, e não espera: - O que tiver que ser, que seja hoje! E, seja como for, haja o que houver, é preciso seguir em frente, sempre caminhando de costas.
- Lucelia Oshiro
- 7 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Faz um bom tempo que eles estão ali, parados
em frente à porta, de mãos dadas
mais curiosos que apreensivos,
ansiosos, mas hesitantes.
A porta, imponente e inabalável:
nem uma frestinha antecede o porvir
nem um só som por detrás se faz ouvir.
Paira apenas um ruído de grãos de areia caindo
dentro da ampulheta imaginária - o tempo urge
a alma se agita, não se pode mais adiar.
Há que ter coragem para fazer escolhas
- ouvir e agir com o coração. Então eles se entreolham
e como duas almas antigas e amigas
entendem o que precisa ser feito.
As mãos se desenlaçam, e juntas
empurram a porta, que suavemente desaparece.
À frente, um caminho
largo o suficiente para que cada um
ande seu passo, no seu espaço;
mas não tão largo que a amizade os perca de vista.
Foi uma bela viagem até aqui, e continuará sendo
paisagens diferentes trazem belezas diferentes…
Todo viajante quando sai de casa
não sabe bem o que busca
mas descobre o que é quando encontra -
de repente está lá, a porta.
Não é a porta que ele busca,
tampouco o que está além dela
é sim, a certeza cristalina
de uma força esquecida.
Há que ter coragem para abrir a porta
porque o que vem a seguir ninguém sabe
pode-se até intuir, mas enquanto há dúvida,
também há ilusão
e muitos preferem esse ópio
ao êxtase da realidade.
O bom viajante segue a bússola interna
e sabe que o caminho é temporário
só ou acompanhado, na verdade,
todo viajante é um pouco solitário.
E, da porta que juntos abriram,
se fez portal, uma moldura do vazio
não um vazio de esquecimento
mas um vazio de todas as possibilidades.
- Lucélia Oshiro
- 6 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
A vida é um fio – Passado – Futuro
a conexão, o elo,
a ponte com o invisível.
Presente é o que se dá
não em troca, mas em partilha
a via, o vínculo, o fluxo de energia.
Ser presente é ser pleno de si,
e todo mundo já tem a si mesmo, plenamente,
às vezes, só falta limpar a lente:
des-envolver a visão
ao invés de inventar uma nova versão.
"Ser" é verbo intransitivo
disso que chamamos vida:
um mosaico de escolhas.
Não é busca, é sempre reencontro
porque o que tem que ser, já é.


