- Lucelia Oshiro
- 17 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Nas paredes da memória
vêem-se quadros envelhecidos
tinta sobre tela
manchas entristecidas.
Parede descascada,
desfolhando-se em pó
rostos desconhecidos
silêncio, e só.
Já é hora de revisitar memórias
repintar essa parede
e ao colocar novas tintas
a parede desaparece.
Não há limite ou limitação
o sofrimento desmoronou
a prisão era escolha
é hora de libertação.
Não há mais paredes
tudo é uma grande janela
lembranças são futuro
passado é página em branco.
- Lucelia Oshiro
- 16 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Estou em casa, só
sorriso no canto dos lábios
cantando cantiga imaginária
imaginando o invisível
o chá sobre a mesa esfriou
lá fora a noite vem devagar
o tempo passa mas é sempre hoje…
Todo dia eu acordo
visto outra roupa
no corpo que parece o mesmo
ando o mesmo percurso
sem reparar no caminho
viver distraído
é como trair seus sentidos…
Essa noite sonhei
mas nem lembro o que foi
sempre tenho sonhos
mas depois me esqueço
a gente cresce e esquece
os sonhos crescem e se vão
a realidade é uma gaveta
menor que a imaginação…
Mais um pouco e já é sábado
vive-se em função do fim de semana
ou das próximas férias
vive-se de espera
mas quem espera não vive
tampouco memoriza o calendário…
Peguei papel e caneta
a fim de capturar ideias
prender emoções em palavras
aprisiono-me na tentativa
liberto-me quando desisto
as palavras certas me encontram
e encontro-me quando as escrevo.
- Lucelia Oshiro
- 15 de dez. de 2023
- 1 min de leitura
Aprendi que nem sempre os planos funcionam que nem sempre tudo é como a gente quer que a gente nem bem sabe o que quer na maioria das vezes…
Aprendi que, às vezes, é preciso se apressar fazer acontecer, lutar, ter coragem ter mais fé em si mesmo e olhar para o espelho com mais gentileza.
Aprendi que, às vezes, é preciso desacelerar tomar fôlego, olhar para o lado desviar a atenção do próprio ego e ver que a vida vai além do que se imagina.
Aprendi que isso que chamamos vida começa antes, bem antes e não acaba nunca, e qualquer despedida é meramente temporária.
Aprendi que existem vários tipos de amor e cada um dura o tempo necessário pois a vida é feita de escolhas e todo fim é um novo começo.
Aprendi que nem sempre dá certo e, às vezes, o errado acerta - menos expectativa e mais confiança - menos futuro e mais sonhos de infância.
Aprendi que o olho se ilumina com a arte e alma se alimenta com a beleza que o belo não é perfeito e que o imperfeito nos faz humanos.
Aprendi que não há resposta certa porque a vida não é uma pergunta… que não há “porquês”, mas “para quê” que “para sempre” é muito tempo porque o tempo passa mas é sempre hoje.


