- Lucelia Oshiro
- 29 de nov. de 2023
- 2 min de leitura
O futuro mudou! Apesar das inconstâncias e impermanências socioeconômicas, de certo modo, até 2019, tínhamos um vislumbre de futuro que obedecia a uma curva de tendências previsível. Por mais que os estudiosos falassem sobre o mundo V.U.C.A., ainda assim, parecia apenas um “caos controlável” decorrente de uma aceleração naturalmente contínua de mudanças provocadas pela exponencialidade tecnológica, e que afetava apenas a epiderme do comportamento e estética.
Relatórios de tendências já falavam sobre um grande reset nesse período, assim como astrólogos também prenunciavam abalos estruturais marcados pela passagem do revolucionário planeta Urano pelo estável signo de Touro. Fato é que estudiosos e sensitivos pressentiram a mudança de ares, mas a manifestação da coisa em si, só vendo e vivendo na própria pele...
É uma mudança de era, sem dúvida. Há quem diga que é uma transição planetária. Seja o que for, é a vida que vivemos agora, o mundo que temos hoje; um cenário onde não cabe nem o velho nem o novo normal. E, cá entre nós, o que vai ser normal daqui para frente? Em um cenário de feridas polarizadas e cicatrizes latejantes em todos os países e setores da economia, o bálsamo não é mais a normalidade (que soa até como indiferença), e sim a inovação.
Inovar, renovar, revigorar, respirar. Novos ares se fazem necessários: um oxigênio que vem do mundo das ideias, uma atmosfera menos densa e mais fluida que mescla criatividade e espiritualidade, evocando um poder de gestar um novo mundo. A contemporaneidade líquida ganha um novo estado, como nuvens esvoaçantes prenunciando dias mais airosos.
Talvez, transcendência seja a palavra. Passado o choque ou a alienação, recorremos à capacidade evolutiva de adaptação de todo ser vivo; não nos moldando às circunstâncias, mas conforme (e apesar) das circunstâncias. É preciso sacodir a poeira sem esquecer o tombo, não deixar a dor se transformar em sofrimento, e ser capaz de transformar o veneno em antídoto.
Como usar a experiência para evoluir, enquanto indivíduo ou corporação? Como extrair de si as melhores habilidades criativas, recombinar recursos disponíveis e construir estruturas robustas pautadas na equidade e solidariedade? Como apaziguar, reequilibrar e restaurar a natureza e os relacionamentos para que a vida seja ainda, sustentável? Como aprimorar a tecnologia sem que ela nos aprisione em vícios ou vigilância? Como recombinar trabalho, casa, propósito e prosperidade, a partir da ressignificação de conceitos como sucesso, tempo e felicidade?
Valores ultrapassados estão em colapso, e a culpa não é de Urano em Touro. É preciso assumir a responsabilidade individual pelo coletivo, ao invés de nos escondermos na massa. É preciso reorganizar a tal economia criativa, pois como já foi escrito uma vez, no início era o caos e o vazio; depois veio a criação.
Diante da invisibilidade de sorrisos encobertos pelas máscaras, e do toque refreado besuntado em álcool gel, somos convidados a “olhar com olhos de querer ver”, e instigados a encontrar solução dentro do problema. Tal como Michelângelo, que via as esculturas prontas dentro do bloco de pedra e apenas retirava as aparas, o desafio é ampliar a percepção ao nível dos artistas e visionários.
O futuro chegou. Veio mais rápido do que o previsto, e de um jeito diferente do que imaginávamos. Ele é exigente e a tarefa está dada; porém, a questão não é de exatas, nem de biológicas, nem mesmo de humanas... A prova é de criatividade!
- Lucelia Oshiro
- 6 de mai. de 2020
- 1 min de leitura
Todos nós temos hábitos matinais que ajudam a começar o dia. Fazer uma breve prece, meditar antes de se levantar da cama, abrir as janelas para arejar e deixar o sol entrar, fazer skincare e maquiagem, tomar café, dar bom dia para os pets e plantinhas, fazer uma atividade física... enfim.
O ponto é: isso é um ritual ou uma rotina?
Depende muito de como você vivencia isso. Pode fazer de um jeito automático, e aí é rotina. Ou pode fazer de um jeito consciente, presente, e aí é ritual.
Não quero entrar no significado das palavras, pois isso é só um pensamento que veio. Sem julgamentos de bom ou ruim, melhor ou pior.
A rotina é necessária para nos dar um senso de normalidade, economiza energia para que o cérebro não precise ficar “pensando” o que fazer. Ajuda a nos ancorar na vida material (não materialista, mas relacionada à matéria, ou seja, o mundo físico).
O ritual tem um quê energético, a sensação de uma conexão com algo maior e invisível que transcende o mundo concreto.
Na minha opinião, o equilíbrio entre "poesia na rotina" e "simplicidade nos rituais", é o que torna o momento Presente magicamente belo. De uma beleza que a gente não nota, porque estamos imersos nela. E, se fazemos parte disso, também somos naturalmente belos e energéticos: só precisamos estar PRESENTES PARA NÓS MESMOS!
- Lucelia Oshiro
- 16 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Os Dias que Estão Por Vir são como um bando de pássaros flutuando no horizonte. Ao amanhecer, contra a luz do sol, são só sombras, promessa de um vôo rumo a qualquer lugar parecido com um sonho. Quando se aproximam, pode-se ver que são feitos de luz, e voam em direção à realidade.
Os “Dias que Estão Por Vir” são um bando de aves coloridas alçando leves vôos, vêem mas nunca ficam. Ficam a dançar lá no céu, como se nos convidassem a seguir para onde estão indo; mas não temos asas, e só nos resta sorrir, pois a beleza dos “Dias que Estão Por Vir” enchem nosso coração com todas as possibilidades. E sentimos gratidão pelo simples fato deles estarem no céu, mesmo que sejam apenas fruto da nossa imaginação.
Os “Dias que Estão Por Vir” se aproximam da janela, e podemos ver com mais nitidez o quanto são diferentes: cada qual tem sua beleza singular. Alguns podem parecer estranhos de perto, trazer semblante mais fechado; outros têm olhar dócil; uns são mais agitados; outros voam mais despreocupados. Da janela quase poderíamos tocá-los, se eles não fossem abstratos. Mas os “Dias que Estão Por Vir” são todos muito astutos: surgem para sinalizar o futuro, mas somem tão logo sentem nosso olhar curioso querendo saber mais sobre os “Dias que Estão Por Vir”.
Sim, quantas vezes ficamos pensando nos “Dias que Estão Por Vir”, e muito espertamente eles vem um a um, um de cada vez... Um “Dia de Cada Vez”, você não precisa mais do que isso! Um dia por vez é o bastante para fazer o que tem que ser feito. Um dia por vez é o suficiente para cicatrizar a dor ou aquecer o coração.
Os “Dias que Estão Por Vir” são contemplados com grande reverência; vistos assim lá no alto são imponentes, inspiradores, encantam. Por outro lado, um “Dia de Cada Vez” é o pássaro ordinário que apenas canta um canto abafado pelos ruídos da rotina.
Os “Dias que Estão Por Vir” desenham um quadro de esperança; cantam uma promessa e confortam a alma. Por outro lado, um “Dia de Cada Vez” não promete – cumpre, realiza, chacoalha o espírito, faz acontecer. E, um dia de cada vez nos transforma pouco a pouco, tal qual a mudança imperceptível do broto que floresce de repente; mas não foi a flor que nasceu em um piscar de olhos - foram nossos olhos que piscaram demais e perderam o espetáculo da vida enquanto ela acontecia...
Os “Dias que Estão Por Vir” são lindos de se ver. Um “Dia de Cada Vez” é lindo de viver!


